sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Vivo em antítese consoante


Qual a razão de temer perdê-la? Se é que na verdade estou perdendo.
Nunca foste minha! Tivestes em outros braços
Ganhando outros carinhos e abraços.
Antes mesmo que eu chegasse.
Passastes por mim. Usaste-me! Partiste-me!
Gozastes em outros braços.
Prostituíste.
Voltaste.
Queres-me!
Quero-lhe?
Não. Não. Não!
Sei lhe responder.
Vivo em antítese consoante
Num embate entre o sim e o não.
O querer pelo não querer.
Colorir ou descolorir?
Brincar ou sossegar?
Acordar ou adormecer?
Viver ou morrer?
Trabalhar ou descansar?
Estudar ou colar?
Ganhar ou perder?
Ter você ou não lhe ter?

Tenho certeza de que não quero.
Falta-me certeza se é isso que quero.

Vai além de um mero querer.
É muito mais que poder.
É resistir... É suportar...
É lutar todos os dias e vencer.
É começar uma guerra e não perder.
É começar uma guerra...
É não perder.
É vencer.
Lhe ter.


(J. Bark)

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