sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

“Esse cara sou eu”


“Esse cara sou eu”

Escutei noutro dia uma música do Roberto Carolos “esse cara sou eu”, e pude ver a indignação das mulheres dizendo que esse cara não existe. Bem, não estou escrevendo isso pra atestar se de fato o mesmo existe ou não. Quero apenas contar uma breve história que conheço.
Em uma das minhas viagens pelo Brasil, conheci um homem chamado Davi. Bem humorado e sempre sorridente ele falava da sua “gatinha” com fervor, com uma devoção sem igual. Ele ocupava um alto escalão de uma instituição militar, bem remunerado tinha tudo para desonrar o que lhe foi concedido por Deus, sua esposa, mas foi fiel até o fim.
Sempre referindo a ela (esposa) por minha gatinha, meu bem, meu amor... Fiquei a imaginar que ele devia ter arrumado uma mulher bem mais nova que ele para gastar toda a grana que ganhava. Quebrei a cara! O vi na igreja com a sua “gatinha”. Ela em uma cadeira de rodas e paralisada. Foi impactante! Fiquei pasmo! Boquiaberto! Sem palavras e com um sentimento de culpa tremendo. Eis que acabara de conhecer a gatinha dele.
A esposa que não se movia, não falava, não demonstrava nenhuma expressão facial ou sinal de melhoras, que não podia corresponder todo carinho dado a ela, mas era cuidada por aquele homem com todo amor do mundo. Não sei se ele acordava a noite pra dizer eu te amo a ela, mas sei que a protegia e fazia de tudo para melhorar o que necessário fosse à vida daquela mulher. Construiu uma casa nova que mais parecia um hospital, toda adaptada pensada exclusivamente para proporcionar uma qualidade de vida a ela.
É mulheres por vezes os atos dizem mais que as palavras... Talvez para vocês esse “cara” não exista, mas afirmo categoricamente que para a esposa do dele esse cara existe e tem nome, chama-se Davi.

(J. Bark)

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